sexta-feira, 27 de junho de 2014

Capítulo 6 - A tentativa de afastamento.

"Não"... Acho que essa palavra é a que menos gosto de escutar, mas se escuto certamente trabalharei arduamente para receber uma resposta positiva, porque acredito que quando existe abertura isso é um sinal que ainda tenho chance.

O MAD sempre resistiu tudo que podia contra mim até que um certo dia sem saber o motivo as coisas mudaram drasticamente entre nós dois.

-O que você pensa que vai fazer?- Ele me fitava de um jeito estranho, como se o semicerrar dos olhos estivesse demonstrando toda a raiva pela provocação anterior.
-Eu tenho que ir embora... Tenho...- Tentei explicar, só que ele me interrompeu na mesma hora.
-Você vem até mim, me provoca, depois acha que simplesmente pode ir embora? Pois bem... Ayu... Vá! Só tenha certeza que se você não terminar o que acabou de começar, o dia que cruzar aquela porta nunca mais me verá de novo - MAD me olhou firme segurando em meu braço direito e aos poucos foi soltando como quem testava se a chantagem havia funcionado.
-Não... Tudo bem eu vou ficar com você - Olhei para ele como se estivesse querendo acalmar a irritação que o tinha dominado.

Não sabia porque ele havia mudado de ideia sobre mim, afinal de contas sempre tinha atitudes estranhas e todos sempre terminavam da mesma maneira "com ele se afastando de mim", contudo naquela tarde a situação estava diferente, porque pela primeira vez parecia ter conseguido o que queria dele.

Naquele dia tinha realmente algo para fazer, não podia simplesmente ficar com ele, porém aquela ameaça soava tão assustadora que pensei que se não permanecesse ao lado dele tudo que tinha feito seria jogado em um imenso buraco, talvez MAD até não me permitisse tentar seduzi-lo nem mesmo por uma brincadeira.

Então aconteceu, não como eu queria, mas no momento não importava muito.


Ficamos pela primeira vez juntos, depois disso a impressão que tinha sobre meu "objeto de desejo" foi mudada, primeiro porque não entendi a motivação dele para ficar comigo, segundo porque o homem que parecia serio e que respeitava as garotas havia se desfeito, terceiro porque nosso primeiro contato físico na minha cabeça tinha sido muito forçado no sentindo que percebia nele que só estava fazendo aquilo por fazer.

Algum tempo se passou para que percebesse que aquele homem tinha mais coisas incomuns comigo do que poderia ter previsto. O MAD sempre teve um jeito engraçado para ver as coisas, principalmente naquela época. O jeito dele me cativava completamente que me sentia presa por ele, tanto que começava a ser difícil bloquear meus pensamentos ou meus sentimentos.

Nossa convivência era imprevisível, tanto que em poucos dias, bastava uma troca de olhares e estávamos fazendo loucuras  das mais variadas...

Então, um dia MAD tomou uma decisão que me assustou.

- Oi, bom dia... Sabe quem é? - Eu falei com a voz suave no ouvido do rapaz. As mãos estavam tapando seus olhos como se estivesse desejando que ele brincasse comigo.
- Oi. Ayu... - Respondeu ele em tom seco.
- Algum problema? - Disse arregalando os olhos notando que ele puxou minhas mãos de sua face, logo me deu uma resposta tão curta e desanimadora.
- Nenhum... - Ele disse rapidamente.
- Como? Não? E por que essa frieza comigo? Fiz algo errado?-  Disse já sentindo que a notícia não seria agradável ou então algo grave pudesse ter afetado seu humor.
- Ayu! Chega! Não vamos mais nós ver - Ele falou olhando para mim secamente.
- M...A...D... o que isso? O que quer dizer com não vamos mais nos ver? .. É... - A informação foi pior mesmo que poderia prever, as palavras não chegavam de forma ordenada.
- Decidi não te ver mais, daqui para frente não me procure. É o melhor. - Ele se virou de costas para mim como se estivesse disposto mesmo a me desprezar sem ao menos me justificar.
- Sem ao menos me diz o motivo? Não posso aceitar isso - Corri o segurando pela cintura e os meus seios se se comprimiram sobre as costas dele.
- Ayu... Me larga, por favor, não é culpa sua. Só percebi que o estamos fazendo é errado. - Ele pareceu escolher as palavras que mesmo ferida cheguei a achá-lo gentil.
- Errado? Por quê? - Não podia ver algo como aquilo ser errado, afinal meu julgamento antigamente era completamente sem senso.
- Ayu, sou casado com outra pessoa, não quero mais me envolver com você. Vamos parar aqui!- Ele falou determinado.

Depois daquelas palavras tentei acalmar meu coração desesperado, pensar em uma forma de reverter a situação, porém o final da conversa não mudou em nada a decisão que ele havia tomado.

Durante a tarde me senti atormentada como se uma parte do meu corpo tivesse sido arrancada sem autorização, durante os momentos que a agonia daquela me sentia corroer com a palavra "morte" que era a que mais me vinha a cabeça...

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