domingo, 29 de junho de 2014

Capítulo 8 - O provador!

Houve um tempo na minha vida que acreditava em uma época dourada... Era uma inocência confesso, embora aparentasse ser uma pessoa determinada e dominadora com as pessoas, na realidade eu era bem sonhadora.

A continuação da minha história com o MAD se deu de forma natural.

Quando começamos a ficar juntos falamos que nunca poderíamos prometer nada um para outro e isso incluía não pedir para que um ou outro tivesse outros relacionamentos. Na situação que me encontrava aquilo era comodo o suficiente para me fazer relaxar na presença dele, mesmo nunca pensando em estar com outra pessoa, o problema era que o MAD não sabia disso, na verdade ele achava que dava mole para todo mundo que simplesmente me dava um "OI" e ele se irritava com aquilo.

Me lembro que quando jovens éramos cheios de ideias sobre a liberdade, talvez pelo medo do que uma relação podia significar para ambos. Nunca assumi nem mesmo que o namorava, apesar de sempre o ter respeitado, mesmo quando alguém vinha rastejar me pedindo uma noite de uma forma desesperada como um certo homem fez... Acontece que diante dele tudo era nada, atrações não eram atrações, curiosidades se apagavam e sensações de poder eram meras futilidades.

Durante meus meses com o MAD, uma vez em certa conversa comentei que as pessoas gostavam de me dar presentes, e é claro que ele ficou pensando no assunto por um tempo, tanto que no mesmo dia me levou em uma fina loja de roupas. 

Somente ao entrar na loja percebi que ele estava falando sério sobre o tal vestido que desejava comprar para mim, afinal se eu ganhava presente dos outros, algo cutucava o orgulho dele dizendo que ele precisava dar também.

Na loja todos os tipos de tecidos dos mais variados modelos poderiam servir sem grandes problemas, não era problema caber, só escolher qual dentre os modelos seria melhor, já que por sempre ser extremamente magra as roupas sempre serviam.

Quando ele se decidiu qual roupa o agradava resolveu pegar um modelo com decote V e me pediu para ir até o provador experimentá-lo. Demorou meio segundo até que ele entrasse quando já estava usando a peça.


- Você está muito linda - Ele disse sorrindo, entrando no provador e analisando como o modelo havia acentuado as curvas.
- MAD, o que você está fazendo aqui? - Olhei para ele querendo rir, embora um pouco assustada porque não esperava que ele viesse me encontrar justo em lugar onde apenas mulheres podiam entrar.
- Nossa! Arrasou até eu compraria um igual se tivesse um corpo tão bonito - Ele fez uma voz fina, logo sinalizou com o dedo que me calasse sem dar alardes.

Por um momento achei que ele só queria ver o vestido antes de efetivar a compra, mas ali dentro ele teve uma atitude impensável ao segurar meu corpo, me comprimindo contra uma das paredes de plástico do provador, segurou minhas pernas em torno de sua cintura. 

Ele me beijou intensamente, logo me perdi entre os toques como costumava ser quando estávamos juntos, mas naquela ocasião o diferencial era nosso desejo um pelo outro que não parecia ter fim e a cada minuto mais prazer podíamos ter não apenas pelo contato físico, mas pelo perigo da situação.

Muitas vezes no provador ele levou a mão ou a boca a minha para que não pudesse liberar nenhum tipo de grito ou gemido, me atreveria a dizer que foi pura sorte não termos sido apanhados durante a travessura, nossa insanidade na época não nos deixaria ver o quanto comprometedor aquilo poderia ser a nossa imagem.

Quando o ato terminou, MAD ficou muito nervoso.

- Ai meu deus! O que eu fiz com você? - Ele sussurrou nervoso como se tivesse percebido a gravidade da situação.
- Não é bem o que fez comigo... Olhe o vestido - O mirei comprimindo os lábios um pouco aflita também.
- Tire o vestido - Ele finalmente disse como se uma ideia tivesse surgido repentinamente.

Depois de retirar a peça e vestir a minha roupa, ele enrolou o vestido sujo, pegou na minha bolsa batom e presilha de cabelo. Sobre o espelho foi surgindo uma visão estranha.

Em segundos MAD estava com a cabelo para cima amarrado sobre duas ligas e nos lábios um batom vermelho berrante fez sua figurar me deixar chocada, ele realmente conseguia ficar estranho de uma hora para outra com pouca coisa... Foi o que passou pela minha mente naquela hora, eu quis rir, mas me continha.

Saímos do provador feminino ele estava falando alto.

- Moça , por favor, quero só pagar o vestido - Ele puxou o cartão entregou a mulher e nem a deixou tocar na peça pelo medo de verem do que estava suja.

No final do dia ele me deixou em casa.

Mas o que me marca nessa história toda, e que toda vez que olho aquele vestido não posso de deixar de lembrar da expressão dele igual a de um travesti querendo se passar  apenas por um amigo gay, sim eu ainda tenho o vestido se ainda querem saber (RS).

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