domingo, 29 de junho de 2014

Capítulo 9 - Estrada

"Eu acredito que sempre existe uma estrada para qual sem querer nossos pés nós levam, porém em algumas estadas dessas se vale pisar, não importando muito o resultado final". - Ayu

MAD e eu quando mais novos tínhamos impulsos desenfreados, certa vez ficamos até mesmo no banheiro de um bar, lembro como se tivesse acabado de acontecer aquelas expressões travessar em seu rosto, lembro também que ele quis me trancar no banheiro porque achava que os homens no bar ficavam me olhando sem parar, embora estivesse longe de ser 100% verdade.

Entre outras coisas, mas de verdade? 

Uhum... Com um tempo depois minha atitude com ele foi mudando um pouco, já não parecia tanto com a garota que ele transou sobre um fusca no meio da chuva, nem a mesma que ele amarrou em uma mangueira. Antes, existia uma Ayu que só queria loucamente ter momentos intensos, contudo as coisas entre nós se aprofundaram tanto que queria sentir somente carinhos suaves e palavras de carinho.

- Por... Por ... Por que está chorando? - Ele disse surpreso ao ver minha expressão.
- Eu não sei - Disse sinceramente sem conseguir controlar a impulsão.
- Ayu, o que há com você? - A voz dele não era de quem estava chateado, apenas confuso.
- Só quero ficar com você abraçada, não acho que seja algo mais do que isso. Meu coração está desesperado pedindo por isso, não sei explicar - Naquele momento o abracei com tudo o que tinha sem me importar em dar mais explicações.
- Você disse que não importava essas coisas para você... Que não se prenderia, então você simplesmente mudou sua atitude comigo, agora você sempre parece meio chorosa, não consigo compreender porque está mudando tanto - Ele não tirou os olhos de mim.

A forma como ele colocou aquelas palavras me machucou, eu só pensava "seria uma critica?" Pelo menos na posição que estava era o que se dava a entender. 

Havia a possibilidade dele estar cansado? Afinal de contas, toda vez que me tocava eu tinha um ataque emocional, pior que depois disso coincidentemente ele ficou um pouco mais distante de mim.

Não previa que as atitudes por ele tomadas, nem os pensamentos sobre mim pudessem ter outro fator. 


Foi em uma tarde de acho que de Domingo que ele finalmente resolveu abrir o jogo comigo...

- Ayu, eu estou confuso - Disse ele como quem estava sufocando.
- Confuso? O que quer dizer? - Falei em tom calmo, mesmo com mil coisas estourando em minha mente.
- Tem uma pessoa que eu conheço há muito tempo. Faz um tempo que encontrei ela, Ayu... Isso tem mexido muito comigo... - As palavras foram colocadas com certo pesar.

Ao contrário do que pensam eu não estava assustada, meu sentimento naquela dia foi de intensa preocupação com o estado emocional dele. Naquele momento não estava me importando com os meus sentimentos, somente queria tirar todas as preocupações dele, realmente queria que ele sorrisse como costumava fazer.

Alguns dias se passaram, porém as aflições nas atitudes e nas expressões denunciavam que ele não estava bem... Decidi que deveríamos conversar, porque apesar de tudo sempre quis que ele confiança em mim como confiava nele, não estava brava ou triste, mas profundamente nervosa porque sentia que precisava fazer algo por ele.

E... Durante nossa conversa eu fiz algo que...

- O que está dizendo? - Ele olhou para mim sem entender.
- Disse que não consigo, nãp aguento mais viver com uma pessoa que vive em dúvida sobre o que deseja para si, como você. Não posso desejar que fique comigo se sinto que não está feliz - A sinceridade que usava nas minhas palavras pareceu não o convencer.
- É o que você deseja? Você quer que eu vá embora? - O tom da voz soava tão magoado que não podia dizer que estava se machucando mais naquela conversa.
-Não!! Você está errado, eu amo você! Eu só não quero te ver assim em dúvida sobre o que fazer, porque esta fazendo mal para você mesmo, não vê isso? - Tentei explicar novamente.
- Bela forma de amar. Ayu quem ama alguém não diz simplesmente "vai!" - A voz dele estava alterada a ressentida.
- Não, eu te amo demais, só isso.. Te amo tanto.. Que.. - A frase não consegui terminar, perdia as palavras começando a chorar.

De fato, amar alguém como eu o amei nunca havia acontecido, não sei se eu estava segura demais dos sentimentos dele por mim ou se foi mais porque não suportava aquela expressão no rosto dele, MAD não me entendi, não entendi os meus sentimentos e isso estava estampado, apenas eu que não podia ver isso.

O veneno no coração daquele homem em relação a mim foi plantado com cuidado, tanto que nem podia imaginar que resultaria na nossa separação. 


Ele foi embora...

Um tempo se passou, MAD não voltou... O silêncio foi doloroso, mas eu acreditava com toda a minha alma que aquilo era um engano, que mesmo diante das contradições da minha vida ele veria o quanto meu amor era sincero, verdadeiro e que não precisava de nada em troca, porque não era uma pessoa composta por egoísmo.

Então chegou um dia que entendi que ele não fazia mais parte da minha vida.

Com o fim, MAD por vezes quis deixar isso claro com seu sarcasmo o que ele pensava ao meu respeito. Mal ele sabia quanta força eu tive que buscar para não molhar meu travesseiro enquanto nossas imagens atormentavam a minha cabeça... Porém nenhuma delas seria pior que a lembrança que um dia jurei esquecer...

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