Capítulo 5 - Centelha

Em Agosto fui convidada para ir a praia com uma pessoa próxima a mim, neste dia ocorreu algo bem diferente que a princípio achei ser muito normal. Eu nunca fui muito de gostar de ir a praia, mesmo a minha estação favorita sendo o verão, o meu gosto por essa época na realidade sempre foi devido aos festivais de música que ocorrem no país todo. Coincidentemente foi no verão quando o sol brilhava bem forte que conheci a centelha da minha esperança.

Eu estava na água brincando com meu amigo quando repentinamente apareceu um homem correndo na nossa direção, meu primeiro impacto sobre ele foi uma imensa curiosidade. Quando aquele homem estranho se aproximou de nós dois pude ver que ele quase idêntico ao meu amigo, a explicação lógica veio a seguir.

-Ayu queria lhe apresentar o meu irmão, MAD... - O meu amigo sorriu de um jeito que nunca tinha visto antes.

-Prazer moça, Ayu, né? - O convidado pareceu debochar da minha presença, pelo menos era o que pensava dentro do meu padrão que considerava sério.

-Hã?! Oi... Sou Ayumi... Ayumi Hamasaki. Prazer, MAD?- Afinal aquilo era um nome? Para minha cabeça não passava nem perto, mas estavam chamando ele assim, então quem seria eu para questionar?

- O meu irmãozinho falou bem de você! Me perguntou se poderia vir aqui, me sinto tão animado agora com meu Jujubinha, que sinto como se fosse peidar flores - O homem disse com aquele ar engraçado e natural.

- O quê?! - Sinceramente para mim a situação era péssima, não queria rir do comentário, porque para mim aquele comentário ele era extremamente indelicado.

MAD e meu amigo começaram a brincar feito duas crianças, e eu podia escutar realmente barulhos de peido a uma distância significativa, por sorte o lugar era aberto, por isso o cheiro fétido dos gases daquele sujeito não poderiam afetar o meu olfato. Ainda assim, a minha irritação estava crescendo e por sorte a conversa foi um breve encontro que acabou cerca de 30 minutos após a chegada do convidado.

Vários dias se passaram, contudo na minha visão MAD continuava permanecendo um tolo indisciplinado. O meu conceito sobre ele era que era pessoa que só sabia sorrir, fazer piadas e brincar como um garotinho da 5° série. Então o que mudou em tão pouco tempo? De alguma forma aquela maneira idiota me despertou certa curiosidade, acho que foi porque não conhecia muitas pessoas capazes de me fazer sorrir nem que fosse minimamente, aquilo foi alimentando uma certeza dentro de mim, estava disposta a fazer tudo para conhecê-lo cada dia um pouco mais.

Aproximadamente 15 dias depois de conviver com MAD, já estava iniciando minhas primeiras investidas sobre ele, algum tempo depois fiquei sabendo que ele tinha uma pessoa com que era comprometido, porém sinceramente o fato só me fez acha-lo mais interessante, eu tinha determinado fazê-lo a minha vítima mais cobiçada. MAD não era um homem fácil, ele não caia nas minhas armadilhas foi por isto que estava classificava-o como um tipo de "manteiga" um sujeitinho muito habilidoso para fugir das situações que qualquer um cairia fácil, porque MAD sabia jogar mais do que eu mesma aquele jogo que supostamente uma garota como eu conhecia de trás para frente. 

Me esqueci de contar, cheguei a tirar a roupa duas vezes na frente do MAD, mesmo assim ele me mandou me vestir de novo, aquela insistência sobre ele ficou mais obsessiva do que poderia imaginar.

-O que você está fazendo?- Ele disse centrando-se na bebida que tinha em mãos.
-Você não está vendo por si só? - Repliquei arqueando as sobrancelhas desatando os nós do vestido.
-Você sabe que sou gayzão demais para ver uma baratinha né? Capaz de sair gritando daqui- Ele riu como se a situação fosse divertida.
-Será que você irá sair correndo mesmo? Ou será que você vai gostar tanto que vai me agarrar aqui mesmo?- Mordi os lábios ainda com as mãos desatando os laços que se abriram pouco depois.
-Ayu, sou um veadinho que dá o cu. Não sou chegado a mulheres- Ele tomou um gole de sua bebida fazendo de conta que ignorava os meus seios que estavam expostos.
-Você veadinho que dá o cu? Pois não me importo com isso, acredito que posso me divertir com você de qualquer forma- Estava rindo, me aproximei dele caminhando sobre um suave rebolado que certamente era impossível de se ignorar. Ao parar na frente de MAD ele desviou o olhar para onde estava o meu vestido.
-Melhor você se vestir pode ficar gripada- Ele tentou caminhar, mas o segurei olhando nos olhos e tentei fazê-lo tocar meus seios, mas ele puxou as mãos.
-Você estaria com medo de gostar de mais de uma baratinha,estaria? - Soltei uma gargalhada alta que o fez arquear uma das sobrancelhas.
-Você está errada sobre mim, não sou como os caras que você conhece que só querem te levar para cama- O homem saiu do meu entorno, caminhou até onde estava o vestido, segurou e arremessou em minha direção.

- O que houve? - Disse aparando o vestido no ar.
-Se vista, não quero te ver doente por minha causa, estou falando sério!- Falando isso ele deu de costas e foi embora.

O diferencial do MAD era que a cima de tudo ele respeitava as pessoas, não enxergava isso de forma clara nas minhas primeiras investidas, talvez nem mais a frente, só que futuramente poderia ver que tipo de homem maravilhoso se escondia atrás de cada ação que ele tomava.

Naquele tempo também falhei ignorando um fator crucial da sedução. Existem inumeras coisas a serem levadas em conta quando se quer seduzir alguém, a primeira delas é o próprio estado emocional e afetivo da sua vítima. Quem se sente satisfeito em um relacionamento de verdade pouco se interessa por aventuras, o que era o caso do meu objeto de desejo, porque o MAD era alguém bem resolvido até demais dentro do seu relacionamento, pelo menos era até se ver em uma sinuca de bico com a pessoa que ele tinha passado a viver.