Capítulo 4 - Descobertas

Me lembro que mais ou menos em Abril fiz uma amizade com uma garota chamada Sobie Kitamura, a moça tinha um espirito muito festeiro, ela tinha uma peculiaridade grande que atraía muita atenção. Nessa mesma época, eu já conhecia o Takarai e o Kanon que se diziam ser melhores amigos, tão bons amigos que costumavam compartilhar o gosto pela infidelidade, assim como também a preferência por compartilhar as mesma mulheres, claro que isso acabou incluindo Sobie e a garota inexperiente, abusada e esquentada que havia me tornado.

Conheci o Takarai de forma trivial durante um passeio corriqueiro no parque, me interessei por saber mais de sua personalidade que parecia suspeita, na minha mente o fato o tornaria a vitima perfeita para a minha vingança descabida contra o mundo masculino, o cara era um tremendo galinha, por isso não demorou para aceitar o meu charminho simplório sobre ele. Admito que a fase de conquista foi tão fácil que nem teve muita graça, a única vantagem foi que aquele homem sem sutileza me ensinou os primeiros truques que poderia usar futuramente.

O Kanon veio depois, Takarai quem fez questão me apresentar aquele impulsivo homem, agora que me lembrei, na verdade o meu papel era a moeda de troca, eu não tinha noção que esse tipo de coisa maldadosa, só que pensava que você quer conhecer o mundo de fato, então deve fazer alguns sacrifícios que mais tarde compreende que são somente estupidez da sua parte.

O jeito do Kanon era irritante, além de muito amador, a repulsa que sentia por ele começou pela convivência um tanto forçada do ciclo de amizade que tínhamos. O Kanon possuía um defeito muito grande, o um péssimo habito de humilhar garotas durante o ato sexual, tudo isso para tentar demonstrar uma superioridade que nunca existiu, então foi muito fácil começar a odiá-lo, infelizmente nunca consegui terminar o meu plano de coloca-lo do lado inversos das situações pela minha falta de experiência na nova vida que estava levando. Se fosse em uma época um pouco mais a frente, talvez estivesse escrevendo isso de uma forma muito diferente.

Cheguei em uma fase que os dois homens, Takarai e Kanon me davam muito trabalho, embora um sempre respeitasse o território do outro como se pudessem detectar cheiros sobre a minha pele, por vezes tive a sensação de que podiam descrever com um simples olhar o que tinha ocorrido comigo e o "amigo", lógico que sabiam porque costumavam falar sobre o que faziam com as garotas para tentar se vangloriar um sobre o outro, porém a falta de experiência e minha ingenuidade ainda não me permitiria perceber a situação.

Com o tempo Takarai e Kanon estavam se tornando uma pedra no sapato, mas por sorte conhecendo esses dois malucos, acabei conhecendo o Ruki Takanori que trabalhava coincidentemente no ramo que eu, devido a música muitos assuntos surgiam entre nós dois, tanto que a nossa aproximação considerei rápida. Pouco depois começamos a namorar,  sendo ele o meu primeiro namorado de fato.

De certa forma me sentia apegada pelo Ruki, mesmo que fosse contra as minhas regras juradas meses antes por causa do idiota do Mike. Durante o tempo que estive com o Takanori fui procurada pelos amigos dele, mas me afastei, não achava correto estar com um homem para traí-lo, porém a possessão e principalmente a desconfiança do meu namorado estavam começando a me sufocar.

No momento mais estressante da nossa relação conheci outro cara, um verdadeiro galanteador chamado Shun Oguri, o tipo que de longe já previa querer uma única coisa, mesmo assim pelas frequentes brigas do Ruki comigo, já estava considerando cada vez mais a possibilidade de ter uma aventura com o primeiro cafajeste que aparecesse me pedindo uma noite de amor.

O Oguri não era do tipo direto, ele era mais do tipo que deixava as coisas sobre as entrelinhas, talvez por ele não ter coragem de se aproximar de uma garota como eu que dizia ser "rara e encantadora".

No final acabou que o Takanori me deixou alguns dias depois que comecei a me encontrar com o Oguri. Sabendo que podia de alguma forma feri-lo cada vez mais resolvi usar o Oguri somente para mostrar ao meu ex-namorado que poderia ficar com qualquer um, desejava como louca que ele achasse que havia dormido com o Oguri diversas vezes e que a minha cama jamais estaria vazia independente se a pessoa que a ocupava era ele ou não.

O Oguri foi amável nas primeira semanas, depois revelou que não era nada do que demonstrava a medida que ficamos mais íntimos. Meu namoro com esse loiro me fez entender que os homens em geral são muito egoísta, somente visão suas próprias necessidade físicas e "emocionais", por isso me vi dentro de uma relação vazia, vendo que o mundo parecia grande, cheio de homens que só desejam satisfazer a si mesmos.

No mês seguinte quando já estava traído Oguri com todos os homens que somente me chamavam de bonitinha e interessante, ele passou a ser frio e insinuar que iria começar a manter relações com uma colega de trabalha, contudo não estava nem ai para meu novo namorado, porque no meio dessa diversidade que parecia um imenso guarda-roupa com peças estava o Aaron, o amante mais fascinante que uma mulher poderia ter.

Falar do Aaron é falar de atração física, além de uma inteligencia invejável e um apetite sexual similar a de um adolescente.

-Você tem certeza que quer fazer isso de novo Ayu? - Calmamente ele desatava o nó da gravata falando com um olhar fixo em mim.
-O que acha que procuro quando venho atrás de você?- Sorri de um jeito malicioso contornando os ombros do homem.
-Eu sei o que você quer de mim- Aaron respondeu com aquele sorriso conquistador.

Normalmente nossas conversas sempre se iniciavam com esse tipo de diálogo, depois passávamos várias horas juntos  para saciar os desejos de nossos corpos, na semana seguinte simplesmente nos afastávamos como se nenhum significasse nada para o outro, nem mesmo amigos. O fato de termos uma relação tão vazia me lembra que certa vez estávamos conversando exatamente sobre a forma como enxergávamos a nossa proximidade.

-Por que a gente costuma brigar tanto e depois acaba voltando a se procurar dessa forma?- Falei encostada sobre a parede, um tanto desconcertada.
-Porque somos duas pessoas que sabem como se satisfazer, Ayu você sabe perfeitamente que nunca poderíamos ser amigos de verdade, pessoas como você e eu procuram benefícios, sei que você me dá muitos! - Ele mostrava indiferença quando falava, somente deslisando aquelas longas mãos para brincar com o meu corpo.
-Se sabemos satisfazer tanto um ao outro, por que não podemos ficar juntos? Se dou tantos benéficos qual é o problema? - Indaguei estando quase certa da resposta que ele me daria.
-Você sabe que nossa situação é totalmente física, juntos não daríamos certo, você tem tendência a trair as pessoas como eu tenho, fidelidade não existe no nosso vocabulário. Além do mais, se você for minha creio que meu tesão por você nunca mais seria a mesma coisa, você fica muito mais interessante quando tem outra pessoa, porque isso cria muito mais adrenalina para te conquistar- Ocorreu uma aproximação durante aquela fala, Aaron segurou minha cintura me impondo olhar diretamente para ele como se não precisa responder, tudo estivesse contido no meu olhar.

Sabia que ele estava certo, uma relação seria entre ele e eu? Nunca! Nossas vidas andavam em direções opostas, também tínhamos habito de brigar com frequência por coisas muito triviais, então nosso encontros eram esporádicos.

Mesmo com todos os defeitos, Aaron foi a minha distração, depois que resolvi colocar o Oguri para correr, na verdade ele foi basicamente a ponta para explorar outras sensações, conhecer o limite do meu próprio corpo, aquilo se tornou uma obsessão que começava a fazer mal.

No meu próprio ciclo de amizade, minha reputação começou a ser uma das piores possíveis, porque já estava começando a dominar melhor a técnica da minha sedução, naquela época o gosto pela coisa tomou conta de mim, a única coisa que podia querer era ter o mundo aos meus pés, por este motivo quanto mais difícil fosse o homem, mais interessante achava a ideia de ter prazer com ele, já que queria mostrar que não existia "não" no meu vocabulário.

Vive sobre a escuridão por muito tempo, a luz chegaria muito tempo depois... Através daquele homem, a pessoa que nunca mais poderia deixar de ser abrigada em meu coração.